quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CEMVDHC faz sessão sobre repressão à imprensa


Os membros da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) realizam, nesta quinta-feira (3), a partir das 9h, sessão pública para ouvir os jornalistas Samarone Lima e Carlos Garcia sobre a repressão sofrida pela imprensa na época da ditadura militar no Brasil. Os depoimentos devem subsidiar as investigações da CEMVDHC, na relatoria temática: “Ocorrências nos meios de comunicação”.

O objetivo é examinar as diversas formas de censura e perseguições impostas aos jornalistas e aos jornais pelo regime ditatorial brasileiro, notadamente após o Ato Institucional nº 5, quando a censura aos veículos de comunicação atingiu a forma mais coercitiva e opressora.

A reunião será presidida pelo coordenador da Comissão, Fernando Coelho. O evento, que é aberto ao público, acontece na sede sala Calouste Gulbenkian, na Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte.

Durante a sessão pública, Samarone Lima vai doar à Comissão acervo pessoal formado por depoimentos orais de diversas testemunhas dos acontecimentos objeto das investigações da Comissão, colhidos no período de 1993 a 2013.

“Este material, além de servir para suporte às análises dos casos constantes da lista de mortos e desaparecidos, pode ser organizado e disponibilizado junto à documentação produzida pela Comissão ao futuro Memorial da Democracia”, explica Nadja Brayner, membro da CEMVDHC. 

Samarone Lima é jornalista e escritor e tem livros de crônica e poesia. Há 20 anos pesquisa e escreve sobre ditaduras no Brasil e América Latina.

Ele é autor de “Zé – José Carlos Novaes da Mata Machado, reportagem biográfica” (Mazza, 1998); “Clamor – a vitória de uma conspiração brasileira” (Objetiva, 2003), que mostra como os grupos de Direitos Humanos do Brasil, Chile, Uruguai e Argentina se articularam, em rede, para divulgar violações e torturas, e ajudaram a encontrar várias crianças, filhas de desaparecidos políticos.

As pesquisas aconteceram nos arquivos dos respectivos países, além de diversos depoimentos orais. Atualmente, ele trabalha em um livro sobre o atentado ocorrido no Aeroporto dos Guararapes, em 1966.


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