segunda-feira, 30 de setembro de 2013

PCR lança pacote de melhoria e sinalização de vias


A Prefeitura do Recife (PCR) lançará, nesta segunda-feira (30), um pacote de obras de melhoria do pavimento de centenas de vias da cidade. O pacote, chamado de Operação Verão, vai incluir o recapeamento de 300 ruas, a substituição de paralelepípedo de outras 300 vias e a troca de 1.500 placas de concreto nas principais avenidas da capital pernambucana. Outras 20 vias serão pavimentadas e 400 corredores vão receber sinalização horizontal.

O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), lança o pacote às 9h, no 9º andar do edifício-sede da PCR. O investimento será de R$ 77 milhões. As obras começam nesta segunda-feira e vão até março.

Serão empregados 364 trabalhadores, 120 caminhões, 20 rolos compactadores e 16 retroescavadeiras que vão movimentar 260 mil toneladas de asfaltos e mais 9 mil toneladas de concreto.

As 1.500 placas de concreto serão trocadas nas principais avenidas da cidade: Agamenon Magalhães, Norte, Sul, Cais José Estelita, Mascarenhas de Morais, Abdias de Carvalho, Antônio de Góis, Caxangá, entre outras.


Crise não vai alterar dinâmica entre Brasil e EUA


Agência Brasil (Brasília) – A crise política entre o Brasil e os Estados Unidos, que culminou na decisão da presidenta Dilma Rousseff de desmarcar a visita de Estado que faria àquele país em outubro, não trará alteração significativa à dinâmica econômica entre os países, conforme avaliação do professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Jorge. Segundo ele, Brasília e Washington têm uma relação tensa, mas consolidada no aspecto comercial. “Temos tensão comercial permanente com os EUA, assim como temos com a Argentina”, diz.
O especialista também não acredita em sanções aos norte-americanos em concorrências, como no leilão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal, marcado para 21 de outubro. “O nosso interesse é que haja a maior competição possível. Nessa questão do petróleo, em que o afã nacionalista fala mais alto, as empresas mais competitivas são as americanas. Temos que pensar que esse é um mundo em que empresas estão tentando invadir o site de governos e de outras empresas permanentemente. Elas [empresas norte-americanas] não precisariam recorrer ao governo [dos EUA] para isso [espionagem com fins econômicos]”, avalia, referindo-se à suspeita de que a NSA (Agência Nacional de Segurança, na sigla em inglês) teria espionado dados da estatal brasileira Petrobras com o objetivo de obter vantagem econômica para empresas americanas.
O especialista acredita ainda que o tema de um possível acordo comercial com os norte-americanos já dispunha de pouco espaço para avançar antes de o escândalo da espionagem vir à tona.

Antônio Jorge destaca que, apesar de terem uma economia mais aberta do que a brasileira, os EUA não abrem mão de barreiras para produtos específicos como o etanol e o suco de laranja, cercados por um forte lobby interno. Além disso, em função do Custo Brasil, a indústria local teria dificuldade em concorrer com produtos norte-americanos como os da linha branca em termos de preço. 

“Parte do setor privado [brasileiro] não quer um acordo de livre comércio, porque estabelece concorrências desfavoráveis. Ao mesmo tempo, eles brigam para que o governo brasileiro abra novos mercados e os Estados Unidos são um deles. Foi uma opção brasileira deixar que a Alca [Área de Livre Comércio das Américas] não fosse adiante. Nos termos em que estava colocada, ela não interessava. Foi melhor abrir mercados no plano multilateral, por meio da atuação na OMC [Organização Mundial do Comércio]”, comenta o professor.

Em oposição à opinião do especialista, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, acredita que a crise política trará, sim, impactos econômicos. “Pensando como empresário, daria todo o apoio para que houvesse um acordo [comercial]. Não seria completamente amplo, mas um ponto de partida. É um mercado fundamental. O setor privado organiza missões, mas nunca houve missão comercial governamental aos EUA.”

Segundo Castro, a visita da presidenta Dilma não era específica para acordos comerciais, mas poderia gerar uma semente e, agora, não há o mesmo clima. “Nesse primeiro momento, houve uma decisão ideológica. Estava havendo aproximação e passou a haver distanciamento. Pode ser que volte-se a pensar ideologicamente.”

A Agência Brasil entrou em contato com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A CNI, que há duas semanas enviou uma missão comercial a Washington e contava com a manutenção da visita da presidenta Dilma Rousseff, informou por meio de sua assessoria de imprensa que não se pronunciará sobre o adiamento. O pedido de entrevista à Fiesp não foi respondido até o fechamento desta matéria.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Policiais civis, em assembleia, decretam estado de greve

Efetivo reduzido, más condições de trabalho e defasagem salarial são as principais reclamações da categoria


Funcionários da Polícia Civil do Estado realizaram uma assembleia na noite desta quinta-feira (26), na sede do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), no bairro de Santo Amaro. A decisão já esperada pela diretoria do Sinpol foi confirmada e os policiais civis declararam estado de greve.
Eles manterão suas atividades normalmente até uma próxima assembleia, que já possui data marcada para o dia 17 de outubro, no mesmo local e horário, com o objetivo de discutir mais uma vez as reivindicações e decidir se paralisam ou não as atividades da Polícia Civil no Estado.
Os funcionários da Polícia Civil reivindicam melhores condições de trabalho e destacam o plano de cargos e carreiras, que se encontra congelado há dois anos, bem como o não recebimento de horas extras e adicionais noturnos, carga horária excessiva e desgastante, má estrutura das delegacias no Estado, metas inatingíveis estipuladas dentro do programa Pacto pela Vida, além de baixos salários.

Metroviários decretam estado de greve, mas decidem não paralisar atividades

Nova assembleia será realizada no próximo dia 1º de outubro


O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE), decretou, em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (26), entrar em estado de greve. Cerca de cem funcionários se reuniram para protestar contra uma possível estadualização do sistema metroviário, o que, segundo o Sindmetro, além do Governo do Estado não ter condições de assumir as despesas de um sistema metroviário de qualidade, a estadualização seria um grande passo para possíveis estabelecimentos de parcerias público-privadas e uma consequente privatização.
Também esteve em pauta uma paralisação de 24h no dia 1º de outubro, mas os funcionários decidiram estender a discussão antes de realizar a interrupção dos serviços. Uma nova assembleia foi então marcada para o mesmo dia 1º de outubro, quando decidirão mais uma vez se protestam através de paralisação.
Diogo Morais, presidente do Sindmetro-PE, explica a principal preocupação da categoria no estado: "O sindicato é contra a estadualização ou concessão do sistema devido a estudos realizados pela própria CBTU e pelo Governo do Estado, que mostram que o Estado não teria condições financeiras para assumir a operação do sistema. Existem exemplos de outros estados onde a CBTU foi estadualizada, que os estados têm dificuldade inclusive de efetuar o pagamento dos salários dos empregados, como Salvador e Fortaleza".
"No Rio de Janeiro, onde o sistema da CBTU foi privatizado, e que hoje é a 'Supervia', a qualidade do serviço prestado é péssimo e a tarifa é a mais alta do país. O modelo proposto pelo Governo Federal pode prejudicar além dos funcionários, a população que precisa do Metrô e não tem condições financeiras de pagar uma tarifa maior", declarou.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Celpe vai subsidiar compra de lâmpada de LED

Lâmpada LED. Crédito: Philps/Divulgação

Já ouviu falar na portaria interministerial nº 1007, de 21/12/2010? De nome é meio difícil de lembrar, é verdade. Mas ela estabelece prazos para o fim da produção, importação e comercialização de lâmpandas incandescentes no país. O calendário fixado pelo governo é para que as residências deixem de usar esse tipo de lâmpada até 2017.

Outros países já fizeram isso. É que, da energia que a lâmpada consome, só 5% viram luz. Os 95% restantes são transformados em calor. O objetivo é trocar as incandescentes por fluorescentes compactas ou lâmpadas de LED, que são bem mais econômicas, apesar de mais caras. Mas os especialistas destacam que o dinheiro volta em pouco tempo.

Para quem estiver precisando trocar as lâmpadas e quiser fazer isso já pelas LEDs (mais caras que as fluorescentes), a Celpe vai dar uma mãozinha. Lançou um projeto de troca/desconto. Vale tanto para quem quiser trocar as incandescentes quanto para quem quiser dar um passo adiante e trocar as fluorescentes compactas também. O projeto integra o Programa de Eficiência Energética da companhia, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para conseguir preços mais em conta, formou-se uma parceria entre Celpe, Philips e o Home Center Ferreira Costa (as duas empresas reduziram os preços das lâmpadas). A Celpe vai subsidiar a compra de lâmpadas LED para quem levar a sua lâmpada incandescente usada entre 60W e 100W ou fluorescente compacta entre 15W e 25W. A lâmpada de LED – uma Philips de 10W com 800 lumens, 3.000K (luz amarelada) e índice de reprodução de cor de 80 – vai custar R$ 15. Custaria R$ 35, mas a Celpe vai bancar R$ 20. O preço normal no mercado é de R$ 50.

A substituição está sendo feita apenas na Ferreira Costa da Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira. A promoção é limitada a 10.000 lâmpadas. Cada cliente poderá comprar até cinco lâmpadas por fatura de energia. Confira os critérios para participar do projeto:

* Ser cliente residencial com consumo médio mensal acima de 70 kWh/mês (média dos três maiores consumos do ano)
* Estar em dia com o pagamento da conta de energia, podendo quitar débitos para participar
* Entregar as lâmpadas usadas para troca
* Pagar R$ 15,00 por cada lâmpada adquirida – limite de cinco lâmpadas por contrato (enquanto durar o estoque da Celpe)
* Ser titular e ter CPF coincidente com a conta de energia ou possuir autorização do titular da conta, por escrito, apresentando cópia do RG
* Ser maior de 18 anos

De acordo com estimativas do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), se todas as lâmpadas incandescentes com potência entre 61 e 100 watts usadas em residências fossem substituídas de uma só vez por unidades fluorescentes compactas, a economia resultante seria de aproximadamente 2,2 bilhões de kWh por ano. Volume equivalente ao consumo residencial do Recife durante dois anos.

No caso da substituição por lâmpadas de LED, a economia seria ainda maior. Segundo a Celpe, a lâmpada de LED oferece economia de até 83% no consumo de energia, se comparada à incandescente.



Solidariedade terá de 30 a 35 deputados federais

Solidariedade cuidará da filiação políticos que queiram disputar as próximas eleições (Foto: ABr)

Agência Brasil (Brasília) – Criado oficialmente na última terça-feira (24), com a aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (STE), o partido Solidariedade nascerá com uma bancada de 30 a 35 deputados federais, informou, há pouco, o fundador da legenda, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. Segundo ele, a partir de agora, o Solidariedade cuidará da filiação de deputados federais e estaduais, governadores e senadores que queiram disputar as próximas eleições.

“Este é o primeiro trabalho que estamos fazendo: verificar os parlamentares que vão se filiar, também nos estados, porque o prazo que temos de janela [para troca de partido] é 30 dias, 29 a partir desta quarta-feira. Para quem quer ser candidato [em 2014], o prazo vence no dia 5. Como dia 5 é um sábado, temos só até o dia 4 para as filiações”, explicou Paulinho.

Atualmente no PDT, que faz parte da base aliada, Paulinho disse que o Solidariedade não terá candidatura própria na eleição presidencial do ano que vem e poderá fazer oposição ao atual governo. “Não teremos candidato a presidente. Devemos trabalhar nesse campo que está aí. Se dependesse de mim, como sou sindicalista e tenho problemas sérios com a presidenta Dilma, iríamos para a oposição. Agora, tenho que consultar essa bancada que vem para o partido para tomar um caminho. Vamos trabalhar na Câmara como independentes, votar o que interessa para o povo”, destacou Paulinho.

Segundo o parlamentar, além de causas trabalhistas, o Solidariedade terá como bandeira a defesa do setor produtivo. “Pretendemos construir um partido de centro-esquerda, que possa defender os interesses, não só dos trabalhadores, como é o meu caso, mas também dos aposentados, as causas trabalhistas, mas principalmente defender também a questão da indústria nacional e o setor produtivo, que muita vezes são deixados de lado aqui na Casa.”


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

FBC tem conversa decisiva com Dilma na 6ª


Socialista deixará comando da Integração Nacional (Foto: Jedson Nobre)













Apesar de toda a especulação sobre a provável permanência do ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional/PSB) na Esplanada dos Ministérios, o socialista deverá ter a sua última conversa com a presidente Dilma Rousseff (PT) como seu auxiliar na próxima sexta-feira (27). Ele tem audiência marcada com a petista, que se encontra no exterior, a partir do meio-dia.  FBC ficou à frente da pasta por mais uma semana a pedido da própria Dilma.

Fernando Bezerra era um dos ministros mais próximos de Dilma. Segundo informações de bastidor, a petista não gostaria de abrir do auxiliar.

Enquanto o Dia D não chega, o ministro da Integração Nacional segue intensa agenda administrativa. Em caráter de despedida, Fernando Bezerra Coelho, inclusive, inaugurará um novo trecho da primeira etapa da Adutora do Pajeú, no município de Flores (Sertão). Contudo, curiosamente, até o momento, não há a confirmação da presença do governador Eduardo Campos no ato.

A cerimônia de inauguração da segunda etapa da Adutora do Pajeú, inclusive, foi alvo de reclamação do senador Humberto Costa (PT). O petista reclamou que não fora convidado para participar do evento. O que poderia ser interpretado como um reflexo do complicado momento entre PT e PSB.

ENTREGA

Na semana passada, a executiva Nacional do PSB decidiu pela entrega dos cargos que ocupava no Governo Dilma com o objetivo de ficar mais livre para a construção de seu projeto próprio para as eleições do próximo ano, com a candidatura presidencial do governador Eduardo Campos. Além da Integração Nacional, os socialistas contavam com a Secretaria dos Portos e com o comando Chesf.


Comissão da Alepe quer pacto pela mobilidade com Estado e PCR. Proposta pode incluir metrô na Agamenon

Foto: Ivaldo Reges/divulgação
Após audiência pública para ouvir alternativas de mobilidade para a Região Metropolitana do Recife (RMR), a Comissão de Mobilidade Urbana da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) decidiu elaborar, em 30 dias, um Pacto de Mobilidade que será apresentado ao Governo do Estado e à Prefeitura do Recife. O documento deve ser elaborado com o apoio das instituições que participaram da reunião dessa segunda-feira (23) e irá formular sugestões para solução dos problemas de trãnsito e mobilidade no Grande Recife. A OAB-PE, o Ministério Público, o Clube de Engenharia, o Metrorec/CBTU e o Conselho Regional de Engenharia irão apresentar propostas à Comissão, que ficará responsável por complilar o material e enviar ao Poder Executivo.
Durante a audiência pública, a Câmara dos Ferroviários do Clube de Engenharia apresentou a proposta para implantação de uma linha do metrô na Avenida Agamenon Magalhães, que iria até Igarassu. De acordo com a apresentação do coordenador da Câmara, André Loés, o modal é mais adequado para a via que o sistema atual de BRT (Bus Rapid Transit). Enquanto o ônibus do BRT tem capacidade para 110 mil passageiros por dia, o veículo ferroviário pode transportar até 800 mil passageiros no mesmo período, explicou Lopes.
O metrô, porém, demoraria mais tempo para ficar pronto. Seriam preciso 60 meses de obras para o equipamento começar a funcionar, ao passo que a instalação do BRT é mais simples, variando de 13 a 24 meses. Além disso, o Governo do Estado já tem em andamento a licitação dos ônibus da RMR, que inclui BRT nas principais avenidas.
De acordo com o deputado Sílvio Costa Filho (PTB), presidente da Comissão, a ideia de discutir com as entidades é permitir a participação da sociedade civil organizada. As propostas das entidades serão processadas pela equipe técnica da Comissão. O pacto deve ser entregue aos executivos no final de outubro. O trabalho vai apresentar propostas para um período de cinco anos e abarcará propostas sobre os mais diversos aspectos da mobilidade, como a requalificação de calçadas e a iluminação de ruas.
O deputado petebista reconheceu o trabalho que vem sendo desempenhado pelo governador Eduardo Campos (PSB) que, segundo ele, investiu R$ 2 bilhões em corredores exclusivos de ônibus para implantar os BRTs. Apesar disso, a avaliação de Sílvio Costa Filho é a de que, nos próximos dez anos, será necessário um investimento maciço de R$ 10 bilhões para o setor de mobilidade no Estado. De acordo com ele, é necessário investir na criação de novos corredores de ônibus, na ampliação da rede metroviária e na construção do Arco Metropolitano.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Aprovado o limite de espera na fila do supermercado


O cidadão recifense deverá passar menos tempo nas filas de supermercados.  Foi aprovado na tarde desta segunda-feira (23), na Câmara Municipal, o limite de 20 minutos de espera nos caixas desse tipo de estabelecimento. O projeto, de autoria do vereador Osmar Ricardo (PT), no entanto, ainda precisa da sanção do prefeito Geraldo Julio (PSB) para ser validado.

O texto aprovado pelos vereadores diz que será o Poder Executivo quem indicará o órgão responsável pela fiscalização e pelo estabelecimento de possíveis punições para os estabelecimentos que descumprirem a legislação.


Banco Central mantém leilões diários de dólares


Agência Brasil (Brasília) – O programa de oferta diária de dólares ao mercado, iniciado no dia 22 de agosto, está funcionando bem, e “não há notícia do nosso lado” sobre possível mudança na política monetária, disse hoje (23) o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, durante teleconferência com a imprensa estrangeira, cujo áudio foi disponibilizado depois na internet.

A pergunta foi motivada pela decisão adotada pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) na última quarta-feira (18), mantendo a política de compra de títulos no valor aproximado de US$ 85 bilhões por mês para estimular a economia americana. A medida ajudou a conter a cotação do dólar no Brasil e nas demais economias emergentes.

A decisão do Fed abriu a perspectiva de possível alteração dos leilões diários do BC, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a admitir, na semana passada, a hipótese de o BC reduzir a intervenção no câmbio. Isso porque muita coisa mudou de 22 de agosto para cá, quando o dólar fechou a R$ 2,42 – atualmente a moeda americana está cotada a pouco mais de R$ 2,20.

Apesar da desvalorização em torno de 8% em um mês, Tombini considera adequado o programa de leilões diários, que oferece US$ 500 milhões em swap cambial (o equivalente à venda de dólares no mercado futuro) de segunda-feira a quinta-feira, e US$ 1 bilhão das reservas internacionais com compromisso de recompra futura, às sextas-feiras. 

Com esse programa, o BC espera movimentar US$ 60 bilhões no mercado, de modo a reduzir a volatilidade (alteração súbita) do câmbio e oferecer mais proteção às empresas. Tombini disse que a decisão do Fed não muda a política monetária brasileira, mas ressaltou que será melhor que o banco norte-americano, quando for retirar os subsídios, não o faça de uma vez. “Quanto mais gradual a mudança, melhor para os emergentes”, acrescentou Tombini.

Após décadas, PT desbanca PCdoB e toma comando da União dos Estudantes de Pernambuco

Depois de realizada em junho e envolta em polêmica que foi parar na Justiça, o comando da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) está sendo assumido pelo PT, PDT e PCR. Do outro lado ficou a UJS (PC do B) junto com o PSB e alguns fragmentos de alguns partidos. O presidente será o estudante Luciano de Farias, do PT.
A cerimônia foi realizada na sexta, na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). A posse vale para o biênio (2013-2015), para a nova diretoria da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP – Cândido Pinto), com a gestão “Reconstruir a UEP pela base”.

O presidente é o estudante de psicologia da Unicap Luciano de Farias.

A solenidade contou com a presença de diversos parlamentares, vereadores, vice-prefeito, deputados federais e estaduais – além da presença das entidades UESPE, ARES e UESO, ex-diretores da UEP, movimentos sociais e sindicais, estudantes, D.A’s e C.A’s, e militantes independentes.

Em seu discurso, Luciano de Farias gradeceu aos companheiros e companheiras que acreditaram e vão trabalhar para alcançar o sucesso da gestão.

A nova gestão foi eleita 39° Congresso da UEP, que ocorreu na Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES), entre os dias 14 e 16 de junho, com o tema central “Entrar e ficar na universidade: A juventude pernambucana e os sonhos de um novo tempo”, com o propósito de fazer os estudantes debaterem e lutarem por uma política estudantil e de qualidade.

O Congresso é o principal fórum deliberativo, um espaço para discutir e construir os rumos do movimento estudantil, além de eleger a nova diretoria da UEP.

Unidos em torno da eleição da chapa “Reconstruir a UEP pela base” e insatisfação com as gestões anteriores, estiveram presentes o PARATOD@S/CNB, Rebele-se/UJR, Movimento Mudança, Movimento Quilombo/EPS, Reconquistar a UEP/AE, Levante Popular da Juventude e estudantes independentes.

A União dos Estudantes de Pernambuco, entidade máxima de representação de todos os estudantes de ensino superior em Pernambuco, está na sua sexta gestão. É responsável pelas lutas no movimento estudantil do estado, abrangendo todas as Instituições de Ensino Superior. A UEP foi fundada em 1944, passando por diversos obstáculos para se manter ativa. Durante a Ditadura Militar (1964-1985), Cândido Pinto, então Presidente da entidade, sofreu com a grande repressão do Governo Militar e acabou por ser metralhado durante uma passeata, deixando-o paralítico. Com a contenção causada nos anos de chumbo, a liderança estudantil passou pelo fechamento, em 1985, e só voltou a reabrir em 2005, tendo como tema “Congresso de Refundação da UEP”, elegendo Cândido Pinto como patrono da entidade, devido a sua marcada luta pela política estudantil.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Fim do voto secreto pode ser definido em outubro

Na semana passada, os senadores começaram a discutir em plenário uma das PEC, enviada pela Câmara e aprovada na CCJ do Senado (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)











Agência Brasil (Brasília) – O fim do voto secreto nas deliberações do Congresso Nacional tem novo episódio marcado para a próxima terça-feira (24). A medida que tornaria pública todas as posições de deputados e senadores sobre decisões simples até as mais polêmicas vem se arrastando em uma disputa que completa anos no Legislativo.

Na semana passada, os senadores começaram a discutir em plenário uma das propostas de emenda à Constituição (PEC), enviada pela Câmara dos Deputados e aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado há poucos dias, depois de uma sessão confusa, quando o relator da matéria mudou, duas vezes, seu parecer.

A PEC 37 abre o voto para todas as decisões a serem tomadas pelos parlamentares e para passar a valer como lei, sem precisar retornar à Câmara, tem que passar por cinco sessões de discussão e dois turnos de votação no Plenário do Senado, com a aprovação por, pelo menos, 49 senadores. A segunda sessão de debates está marcada para o dia 24.

“Pedi para incluir na pauta para que na semana seguinte possamos trabalhar essas cinco sessões, debater essa matéria e recepcionar as emendas para votar em plenário”, explicou o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que pediu a inclusão da matéria na Ordem do Dia da última quinta-feira (19). 

O senador disse que se os parlamentares cumprirem o cronograma de debates nas sessões da próxima semana, a proposta pode ser aprovada no início de outubro. “O pleito é no sentido de discutir essa matéria, na terça, na quarta e na quinta para, na outra semana, a gente votar a matéria conhecendo essa proeza que sei que vamos nos permitir”, completou.

Pinheiro ainda lembrou que existe uma outra proposta, com a mesma previsão de abertura dos votos, apresentada pelo senador Paulo Paim (PT/RS) que está na pauta do plenário, com requerimento para a apreciação em regime especial mas, ainda, não foi votada.

A abertura dos votos voltou ao topo das prioridades do Legislativo recentemente. O debate foi retomado desde as manifestações populares que tomaram as ruas de várias cidades do país, com críticas à diversas conduções políticas públicas por parte do governo e do Parlamento. Isso gerou a um mal-estar ainda maior a partir da preservação do mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), pelo plenário da Câmara dos Deputados. Donadon foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha.

Enquanto os senadores decidem sobre a votação aberta em todas as decisões do Legislativo, depende dos deputados a aprovação da PEC que estabelece a perda automática de mandato em caso de condenação de deputados e senadores. A proposta foi aprovada no início do mês, em dois turnos de votação, no Senado.

Mesmo que a maior parte dos parlamentares defenda a abertura das decisões, alguns deputados e senadores resistem à medida e alegam que o voto secreto garante a autonomia do Legislativo e estanca possíveis pressões de outros Poderes, especialmente o Executivo, que alterariam as decisões do Parlamento sobre pontos prioritários para o país.

Na decisão sobre a PEC que define novas regras para o caso de cassação de mandatos, por exemplo, o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) tentou encerrar o debate sobre o tema alegando que é um direito de deputados e senadores “ouvir o parlamentar [Donadon]” antes de decidirem a questão. “Não devemos entregar nosso direito a quem quer que seja”, acrescentou, a medida que deixa nas mãos da Justiça o destino de parlamentares condenados.


Vagas de trabalho reservadas a pessoas com deficiência não são preenchidas


Agência Brasil (Brasília) – Na data em que se promove o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, 21 de setembro, a avaliação é que há desafios a serem enfrentados para garantir o acesso das pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. De acordo com o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Antônio José Ferreira, nem 50% das vagas de trabalho que deveriam estar ocupadas por deficientes, de acordo com a Lei 8.213 de julho de 1991, estão preenchidas.

Desde 1991, a lei determina que empresas com mais de 100 funcionários devem destinar de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência. Em 2011, um total de 325,3 mil pessoas com deficiência tinham vínculo empregatício, de acordo com a última Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho. O número seria 700 mil se a lei fosse integralmente cumprida, de acordo com o presidente do Conade.

“Com a lei de cotas, temos conseguido que as pessoas com deficiência tenham participação no mercado de trabalho, mas a participação é tímida. Se tivéssemos todas as vagas ocupadas seriam 700 mil pessoas com deficiência empregadas e ainda são 325 mil. Temos mais vagas disponíveis do que pessoas com deficiência no mercado de trabalho”.

A renda média das pessoas com deficiência foi R$ 1.891,16 em 2011, de acordo com os dados da Rais. A maioria dos empregados tem ensino médio completo – são 136 mil. Os homens predominam. 

A qualificação adequada não é o principal entrave para a contratação de pessoas com deficiência, na avaliação de Antônio José. “Isso se dá não apenas pela questão da capacitação. Isso se dá pelo desconhecimento que o empresário tem do que pode fazer uma pessoa com deficiência”, disse.

As ações para capacitação dos deficientes vem ganhando força. Com o lançamento do Programa Viver sem Limites pelo governo federal, em 2011, foram destinadas 150 mil vagas do Programa Nacional do Ensino Técnico às pessoas com deficiência. Nos últimos seis anos, o Senai formou 78,3 mil deficientes. Em 2007, foram 10 mil matrículas e, em 2012, chegou a 17 mil matrículas.

O presidente do Conade avalia que o cumprimento das leis que garantem direitos aos deficientes, seja em áreas com educação, acessibilidade e trabalho tem avançado. Ele observa, no entanto, que é preciso criar uma cultura de inclusão na sociedade brasileira. “No caso das pessoas com deficiência não temos leis que sejam punitivas, então, temos que fazer sensibilização, campanhas”, disse.
De acordo com dados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 45,6 milhões de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência, o que representa 23,92% da população.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

STJ suspende decisões sobre devolução de tarifas bancárias


Agência Brasil (Brasília) – A ministra Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspendeu sete decisões judiciais que determinavam a devolução de tarifas bancárias cobradas de consumidores que fizeram financiamento. A ministra entendeu que as decisões contrariam entendimento do STJ, que autorizou os bancos a cobrar taxa de cadastro nos contratos.

Em agosto, os ministros da Segunda Seção do STJ julgaram recursos do Banco Volkswagen S.A. e da Aymoré Financiamento em ações impetradas por dois consumidores que obtiveram decisões favoráveis na primeira instância da Justiça Federal pela abusividade da cobrança. Além do pagamento de taxa de cadastro, foram questionadas a legalidade da Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) e Tarifa de Emissão de Carnês (TEC).

Ao analisar os recursos, por unanimidade, os ministros decidiram que a taxa de cadastro pode ser cobrada dos consumidores, pois é autorizada pelo Banco Central, por meio da Portaria 3.919, de novembro de 2010. As instituições financeiras alegam que valor é para cobrir despesas para coletar informações cadastrais do cliente no início do contrato.

No entanto, os ministros definiram que tanto a TAC quanto a TEC só podem ser cobradas em contratos iniciados antes de dezembro de 2008. Após essa data, uma norma do Banco Central entrou em vigor, proibiu a cobrança, mas as instituições financeiras passaram a usar nomes diferentes para identificar as taxas proibidas.

A decisão do STJ permitiu que 285 mil ações que tratam sobre a legalidade das cobranças possam voltar a tramitar nas instâncias inferiores da Justiça.


Lossio assina documento para construção de UPA

Imediações do Centro de Convenções de Petrolina e do Hospital de Traumas dará lugar a uma UPA 24 horas de gestão municipal (Foto: Divulgação)

O prefeito de Petrolina Julio Lossio assinou, nesta quinta-feira (19), junto à Secretaria de Patrimônio da União(SPU), a concessão definitiva de um terreno nas imediações do Centro de Convenções de Petrolina e do Hospital de Traumas, para a construção de uma UPA 24 horas de gestão municipal.

O prefeito foi recebido no Recife pelo Superintendente da SPU em Pernambuco, Paulo Ferrari ( na foto, à direita). O projeto para a implantação da UPA já está em fase de construção.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=125946

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Veja as manchetes dos principais jornais desta 5ª


Folha de Pernambuco
Eles terão novo julgamento em 2014

Jornal do Commercio
Familia vendeu menina duas vezes

Diario de Pernambuco
Uma nova chance para impunidade

Folha de S.Paulo
Supremo decide julgar de novo parte dos crimes do mensalão

Agora S.Paulo
Aposentados recebem menos do que esperavam

O Estado de S.Paulo
STF decide por novo julgamento e conclusão fica para 2014

O Globo
A justiça tarda: STF mantém impunidade de mensaleiros até 2014

Valor Econômico
Fed mantém estímulos e investidor reavalia Brasil

Correio Braziliense
Aos vencedores, a pizza

Estado de Minas
Prorrogação

Zero Hora
Mensalão, o retorno

Jornais internacionais

The New York Times (EUA)
De surpresa, Fed decide manter o ritmo de estímulo

The Washington Post (EUA)
Advertências sobre a saúde mental de Alexis foi ignorada

The Guardian (Reino Unido)
Onde estão as mulheres dos Liberais Democratas?

El País (Espanha)
O novo Código Penal terá forte combate à pirataria

Clarín (Argentina)
Sileoni: “Se há uma crise na educação, é a partir de 1810″


CCJ do Senado aprova fim do voto secreto


Agência Brasil (Brasília) – Os senadores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovaram há pouco o fim do voto secreto em qualquer deliberação do Congresso. Os parlamentares rejeitaram, na reunião de hoje (18), o novo relatório do senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que previa o voto aberto apenas para os processos de cassação de mandatos de parlamentares.

Depois de receber diversas críticas dos parlamentares que defendem a votação aberta irrestrita, Souza retomou o primeiro parecer que mantinha o texto aprovado na Câmara, estabelecendo voto aberto para qualquer decisão do Congresso. Agora, o voto aberto nas deliberações legislativas vai ser discutido em plenário.

A discussão do tema ocorre há mais de cinco anos no Congresso. Outra proposta que a CCJ já havia aprovado há quase seis anos, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), também prevê o voto aberto em qualquer situação. O texto está em fase mais avançada de debate para ser votado.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lembrou que outro projeto apresentado por ele, prevendo o fim do voto secreto nos processos de cassação de mandatos, aprovado no Senado, depende agora da decisão da Câmara. Dias afirmou que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), garantiu que vai adotar as providências para acelerar a votação da proposta na Casa. A expectativa é que o relatório seja apresentado hoje (18) favorável ao voto aberto nos processos de cassação de mandato de parlamentares.


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Educação a distância cresce mais que a presencial


Agência Brasil (Brasília) – A educação a distância (EAD) cresceu mais que a educação presencial de 2011 a 2012. Em um ano, houve um aumento de 12,2% nas matrículas da EAD, enquanto a educação presencial teve um aumento de 3,1%. Apesar do crescimento, o ensino a distância ainda representa 15,8% das matrículas. Os dados são do Censo da Educação Superior de 2012, divulgados hoje (17) pelo Ministério da Educação (MEC).

O índice do ensino fora de sala de aula ainda é baixo, segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. “Quando olha para a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico], quase a metade das vagas é a distância. Temos espaço para crescer”. Ele ressalta que é preciso garantir a qualidade do ensino. A intenção é ampliar a oferta nas instituições federais. De acordo com o censo, a maior parte das matrículas em EAD está na rede privada (83,7%) e é oferecida por universidades (72,1%).

No ensino presencial, o ministro destacou o crescimento das matrículas nos cursos tecnológicos, que aumentaram 8,5% de 2011 a 2012. Segundo Mercadante, o crescimento foi significativo, embora os cursos concentrem apenas 13,5% das matrículas. As matrículas de bacharelado cresceram 4,6% e representam 67,1% do total, enquanto nos cursos de licenciatura, o crescimento foi 0,8% – 19,5% das matrículas são em licenciatura. 

Quanto ao turno, em 2012, mais de 63% dos alunos dos estudantes presenciais de graduação estudavam à noite. Na rede privada, 73% das matrículas é nesse turno. Na rede federal, a maior parte das matrículas, 70% é no turno diurno. O ministro explica que o ensino noturno é importante para que parcela da população que precisa trabalhar tenha acesso ao ensino superior.

“Temos aumentado a oferta de ensino noturno nas federais também, mas essas instituições mantêm também o diurno”, diz. “O ensino diurno permite mais tempo ao estudo. Quem estuda no noturno em geral trabalha durante o dia. No diurno, estuda-se em um turno e trabalha-se no contraturno. Na média, o diurno tem desempenho acadêmico melhor que o noturno”.

Os cursos com maior número de alunos no Brasil são administração (833.042), direito (737.271) e pedagogia (602.998). Em seguida vem ciências contábeis (313.174), enfermagem (234.714), engenharia civil (198.326), serviço social (172.979), psicologia (162.280), gestão de pessoal (157.753) e engenharia de produção (129.522).

O censo aponta que o ensino superior atingiu, no ano passado, 7.037.688 de matrículas na graduação, o que representa crescimento de 4,4% em relação a 2011. O número de calouros foi 2.747.089, um crescimento de novas matrículas de 17,1% em relação a 2011. O número de concluintes teve uma variação menor, 3,3%, passando de 1.016.713 em 2011 para 1.050.413 em 2012.


FGTS: multa extra usada para cobrir perdas do governo


O dinheiro arrecadado com a multa adicional de 10% paga pelas empresas ao FGTS quando demitem sem justa causa tem ajudado o Tesouro Nacional a cobrir perdas de arrecadação no caixa oficial desde o início de 2012.

De acordo com a Folha de São Paulo, ao contrário do que argumenta o governo para convencer o Congresso a não extinguir a multa, os recursos não estão no bolo que financia o programa habitacional Minha Casa Minha Vida.

Criada em 2001 para dar ao fundo caixa para quitar expurgos decorrentes de planos econômicos, a multa ia direto para o fundo. Amparado numa brecha legal, o Tesouro passou a reter os recursos em abril de 2012, comprometendo-se a devolvê-los ao FGTS em prazo indefinido.

Já pelas regras dos subsídios a famílias carentes no Minha Casa, 18% cabem ao Tesouro Nacional, que deverá ressarcir o FGTS. Essa quitação não tem sido feita. O crédito é registrado para ser pago pela União um dia.

Na prática, os números retratam o seguinte: o FGTS não recebe todos os recursos que deveria com arrecadação, empresta dinheiro para o governo federal cumprir sua responsabilidade de bancar 18% dos subsídios a famílias de baixa renda e ainda arca com a parte do fundo nessa política de descontos (82%). Ainda assim, há expectativa de que o FGTS encerre 2013 com lucro de R$ 3,8 bilhões.

Para convencer os parlamentares a não derrubarem o veto presidencial ao projeto que prevê abolir a multa adicional ao FGTS, o Planalto alega que o fim do pagamento provocará redução anual de R$ 3,2 bilhões em subsídios a política sociais – em particular, o Minha Casa.

O governo cita ainda risco de maior rotatividade no emprego (ficará mais barato demitir) e aumento das despesas com seguro-desemprego. Ao Congresso, o governo prometeu apresentar alternativa que torne a multa permanente.


Congresso discute controle externo sobre TCEs


De olho nos prováveis exageros que possam ser cometidos pelos Tribunais de Contas espalhados pelo País, o Congresso Nacional discute possíveis mecanismo de controle externo sobre essas casas.  A partir das 17h desta terça-feira, o advogado pernambucano Eduardo Pugliesi, membro do escritório CNP Advogados e presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento Legislativo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estará na Câmara para representar o presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coelho, durante audiência pública  sobre o tema.

A princípio estão em discussão a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 28, que tramita desde 2007 na Casa e que visa a criação de um novo conselho, com maioria de titulares dos tribunais de contas nos Estados e da União (TCU). Uma segunda opção é liderada pelo líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), apresentará proposta de emenda à Constituição (PEC) para que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) faça este controle externo.

O PT, inclusive, tem reclamado bastante da atual dos órgãos de controle desde que chegou ao Governo Federal, em 2003. Muitas obras tocadas pela União acabam esbarrando nos TCEs e TCU, o que provoca atrasos consideráveis no processo de entrega dessas benfeitorias.

A discussão, que acontece junto à Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção – presidida pelo deputado Francisco Praciano (PT-AM), foi fomentada pela Associação Nacional do Ministério Público de Contas e deve render ainda bastante polêmica. Para Pugliesi, entretanto, o controle externo deveria – a priori – ser feito por uma nova entidade, independente do CNJ.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Veja manchetes dos principais jornais desta 3ª


Folha de Pernambuco
Ataque nos EUA

Jornal do Commercio
Uma seca, muitas lições

Diario de Pernambuco
Quiosques abertos só até a meia-note

Folha de S.Paulo
Governo usa multa do FGTS para cobrir perdas de receita

Agora S.Paulo
Veja quais erros evitar na hora de pedir um benefício

O Estado de S.Paulo
Após fracasso, governo vai ‘fatiar’ leilões de rodovia

O Globo
Nova tragédia nos EUA: Ataque com 13 mortos em base alarma Washington

Valor Econômico
Governo faz mais ajustes na concessão de rodovias

Correio Braziliense
Massacre no quintal de Obama

Estado de Minas
O time dos excluídos

Zero Hora
Discussão sobre mínimo regional parte de R$ 899

Jornais internacionais

The New York Times (EUA)
Atirador e 12 vítimas são mortas em Tiroteio na Base Naval de Washington

The Washington Post (EUA)
Massacre na Base Naval

The Guardian (Reino Unido)
Massacre em Washington: 12 mortos em tiroteio na Base Naval

El País (Espanha)
Bruxelas adverte a Catalunha independência envolve sair da UE


PCR: Liminar suspende a fiscalização do Reluz


O juiz José Fraga do Nascimento, da 5ª Vara da Fazenda Pública, concedeu uma liminar que suspende a execução do serviço de fiscalização do programa Reluz, ferramenta que conta com recursos do Governo Federal e é tocado no Recife pela prefeitura. Esse ponto  do mecanismo foi alvo de denúncia da vereadora Priscila Krause (DEM). A decisão foi motivada justamente por ação popular impetrada pela democrata. Em contato com a reportagem da Folha de Pernambuco, a Secretaria de Assuntos Jurídicos da PCR ressaltou que a vedação em nada atinge a legitimidade do certame, porém versa sobre detalhes da empresa que é responsável pelo serviço suspenso, a Ecoleds.

Segue, abaixo, a íntegra da decisão do magistrado:

D E C I S Ã O
PRISCILA KRAUSE BRANCO, regularmente qualificada nos autos, através de advogado legalmente constituído, ingressou em juízo com a presente AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR, em que colima prestação jurisdicional reparadora de ato lesivo ao patrimônio público, supostamente imputado ao MUNICÍPIO DO RECIFE, também qualificado, pelas razoes fáticas e jurídicas contidas na peça atrial.
Determinou-se a ampliação do pólo passivo e aclaramento de pedidos (fls. 245). Devidamente intimada, o município do Recife prestou informações (fls. 257/1096). A Empresa Ecoleds Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda. impugnou o pedido de liminar às fls. 1097/1142.
Vieram-me os autos conclusos.
É o relatório. Passo, pois, a decidir sobre o pedido de liminar.
Trata-se de pedido de liminar em que o requerente pretende a suspensão de assinatura de contrato administrativo decorrente do processo licitatório n. 02/2013 ou, se acaso já assinado o contrato, que seja suspensa a expedição da ordem de serviço respectiva.
A Ação Popular é remédio constitucional cabível para que qualquer indivíduo que possua o status de cidadão venha a Juízo questionar ato administrativo cujos efeitos sejam lesivos ao patrimônio público. Nessa toada, vemos que na presente actio, há sérios indícios de que a futura contratação da empresa vencedora no processo licitatório n. 002/2013 da PMR, poderá trazer prejuízos ao erário, dada a sua não qualificação financeira e econômica.
Com efeito, o art. 37, inciso XXI da Constituição Federal, impõe a obrigatoriedade da realização de Licitação para contratação por parte do Poder Público. Sua não realização implica na ofensa à moralidade e à impessoalidade administrativa de modo que sua dispensa só poderá ser realizada nas hipóteses legalmente autorizadas. A Lei n. 8666/93, veio dar concretude ao preceito constitucional, regulando o meio e modo de realização do processo de licitação, determinando os requisitos para licitar de forma a garantir o efetivo cumprimento do futuro contrato decorrente do certame, dispondo sobre a documentação probatória da habilitação jurídica; qualificação técnica; qualificação econômico-financeira; e regularidade fiscal e trabalhista.
Na aferição da capacidade econômico-financeira visa a Administração, sobretudo, certificar-se de que a empresa participante da licitação é portadora de razoável idoneidade patrimonial, sendo capaz de cumprir a obrigação assumida numa possível contratação, seguindo o disposto nos incisos I, II e III do art. 31 da já citada Lei nº 8.666/93, que assim dispõe:
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:
I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no “caput” e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994).
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.
Das informações prestadas pela autoridade requerida, não se conclui que houve o regular procedimento administrativo licitatório para a contratação da empresa ECOLEDS de sorte que, restando dúvidas plausíveis de sua não capacidade econômico-financeira, a presunção pro societate se impõe a fim de obstar a realização efetiva da contratação dessa empresa, com suspensão até ulterior deliberação jurisdicional, evitando a consumação de atos lesivos ao interesse público.
Diante da regra legal, a averiguação da idoneidade econômico-financeira para fins de habilitação ao processo licitatório se dá pela apresentação do balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social; de certidão negativa de falência, concordata ou de execução patrimonial; e de uma das garantias previstas no § 1º do art. 56 (caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública; seguro-garantia e fiança bancária). Entretanto, é possível que a estes requisitos sejam acrescentados outros, na forma dos parágrafos 2º, 3º e 4º, em se tratando o objeto do contrato de prestações a se prolongarem no tempo, como neste caso, onde se contrata empresa para fiscalização de execução de obras e serviços de grande valor.
O fim da lei é a de que, não possuindo a licitante de recursos financeiros para arcar com as despesas decorrentes do cumprimento do contrato (mão-de-obra, matérias-primas, maquinários etc.), não será ela titular do direito de licitar quando concretamente considerado, visto que a falta de recursos faz presumir a inviabilidade de uma execução satisfatória do contrato, assim como a impossibilidade de se responsabilizar patrimonialmente pelas conseqüências de um eventual inadimplemento.
No caso aqui disposto, alega a autora a incapacidade econômico-financeira da ECOLEDS, por não ter o capital integralizado que atenda ao limite imposto no edital, ou seja, 10% do valor, item 13.0, c-2.2. Por seu turno, a Empresa Ecoleds e o Município, alegam que a regra apenas fala em capital social, sem dizer se é integralizado ou não, acrescentado que de toda forma o cumprimento do contrato estaria assegurado no patrimônio dos sócios. Mas, quem garante que esses sócios têm patrimônio para garantir alguma coisa??? O que é certo é que a empresa foi fundada em 21.05.2012 (fls. 778), e até agora esse capital não foi integralizado, segundo o balanço, pois pelo contrato social as cotas foram realizadas no ato de criação. Não foi integralizado e não há perspectiva de que o seja, pois do contrato social não se encontra cláusula impositiva dessa realização do capital subscrito.
O capital social de uma empresa é composto pela parte integralizada e a não integralizada. É certo, também, que nos termos do art. 1.052 do Código Civil, todos os sócios, mesmo aqueles que já cumpriram suas metas relativas ao capital social, respondem com seus bens pessoais pelo total ainda não integralizado por qualquer dos demais sócios, se configurando, pois, em crédito para a empresa. No entanto, isso não significa uma efetiva garantia.
Essa ausência de garantia se revela pelo fato de que, conquanto nas demonstrações contábeis a verba do capital social apenas subscrito figure como crédito a realizar, esta verba apenas prometida jamais chega a integrar efetivamente os bens da sociedade, ocorrendo uma simples esperança de patrimônio escrita no contrato social, que pode ou não ser integralizado por qualquer dos sócios, consoante dispõe a lei civil no seu art. 1.004 e parágrafo único. Assim, de acordo com a lei, ocorrendo a falta do pagamento das cotas por um dos sócios, a conseqüência é que os outros podem pagar por esse sócio devedor, e, inclusive, se não o quiserem pagar pelo sócio remisso, reduzir o capital social da empresa na parcela não realizada pelo sócio inadimplente. Isto comprova de forma insofismável que a parcela não integralizada do capital social de uma empresa, por ser fictícia, não pode ser tida propriamente como patrimônio da sociedade para efeito de comprovação da sua real capacidade econômico-financeira, mormente para fins de habilitação em licitação, até porque a não realização das cotas pode reduzir o capital social.
Nesta toada, trago a lume a lição de Fabio Ulhoa Coelho1, que diz:
“O capital social pode ser entendido, nesse sentido, como uma medida da contribuição dos sócios para a sociedade anônima, e acaba servindo, em certo modo, de referência à sua força econômica. Capital social elevado sugere solidez, uma companhia dotada de recursos próprios suficientes ao atendimento de suas necessidades de custeio. E, por essa razão, por denotar potência econômica da empresa, muitas vezes se atribui ao capital social a função de garantia aos credores, o que não é correto…”. (negritei)
É certo que o capital social representa o quanto a companhia arrecadou e o que arrecadará dos seus sócios para sua formação, no entanto, isto não significa que tal capital possa servir de garantia aos seus credores, haja vista que nem sempre este capital social já está todo realizado, ou seja, não foi totalmente pago à empresa, como no caso aqui analisado. Na verdade, o capital social tem a função de demonstrar a parte de cada sócio por meio das quotas ou ações que adquiriram, e não o total da contribuição efetiva dos sócios.
A empresa vencedora do certame que aqui se analisa teve seus atos constitutivos juntados já na inicial (fls. 113/127), e posteriormente pelo Município, e ali se vê que seu capital social está estipulado em R$ 500.000,00, curiosamente dizendo que está totalmente subscrito e integralizado (fls. 122), mas em seu balanço patrimonial às fls. 133, pode-se constatar que desse total apenas R$ 125.000,00, encontra-se realizado. Ora, apenas por esta constatada contradição (contrato social x balanço), que beira a raia da falsidade ideológica (art. 299, do Código Penal)2, vê-se que algo de errado existe com a contabilidade desta Empresa ECOLEDS.
E mesmo se aclarando tal contradição, o importante é se observar que o capital efetivamente que se pode aquilatar como existente ou realizado é de R$ 125.000,00 (porque registrado em balanço), portanto muito aquém do limite imposto no edital, que é de R$ 247.000,00, segundo a autora. Demonstrada a incapacidade financeira desta empresa vencedora, pelo menos nesta análise perfunctória, torna-se imperiosa a conclusão de que não oferece garantia suficiente para licitar, conforme a regra editalícia. Neste sentido:
ADMINISTRATIVO – LICITAÇÃO – IDONEIDADE FINANCEIRA DE LICITANTE IMPUGNADA – RECURSO ADMINISTRATIVO PENDENTE.
1. A fase inicial da licitação, consubstanciada na habilitação das concorrentes, sofreu impugnação com a interposição de três recursos administrativos, não examinados.
2. Procedimento licitatório que, em continuidade, seguiu os seus trâmites até a abertura das propostas, sem solucionar o recurso administrativo pendente.
3. Afasta-se a tese da prescrição porque o termo inicial só passa a fluir da data do julgamento do recurso que impugnou ato pretérito.
4. Na apuração do capital social de uma empresa em licitação, considera-se inclusive o capital a ser integralizado, porque figura os créditos da sociedade como ativo.
5. Entretanto, se a parte integralizada do contrato não atende ao mínimo exigido no edital, considera-se a empresa, financeiramente, inidônea. (negritei)
6. Situação da empresa apelante que, de um capital de R$ 250.000,00 (duzentos e cinzenta mil reais), só tinha como capital integralizado R$ 2.000,00 (dois mil reais), em desobediência ao mínimo exigido, 10 % (dez por cento).
7. Segurança concedida. (MS 12.592/DF, STJ, Relator: Ministra Eliana Calmon, DJ 10.09.2007).
Afirmando o que até aqui se entende, trago à colação ensinamento de Marçal Justem Filho3, que diz:
(…) Nesses casos, a sociedade tem um capital “subscrito” e outro “autorizado”. Para fins jurídicos, a titularidade da sociedade alcança apenas o capital subscrito. O capital autorizado representa uma mera expectativa, sem qualquer efeito jurídico concreto e imediato, a não ser a simplicidade formal no caso de eventual aumento. Enquanto não for deliberado o aproveitamento da autorização, o valor correspondente não retratará qualquer disponibilidade econômica da sociedade. Esse valor não estará no patrimônio da sociedade, nem poderá por ela ser exigido dos sócios.
Deve entender-se, por isso, que apenas o capital subscrito pode ter relevância jurídica para fins de habilitação. Não se admite pretensão de preencher os requisitos de qualificação econômico-financeira através de valores compreendidos no capital autorizado e ainda não subscrito (negritei).
Nada mais coerente a decisão de que apenas o capital social efetivamente realizado garante a empresa por eventual inadimplência. E isso se torna bastante importante em caso de licitação, por se tratar de interesse público, portanto direito indisponível. Não me parece seguro contratar uma empresa para um serviço que custará R$ 2.190.000.00 (resultado da licitação), tendo esta apenas R$ 125.000,00 de patrimônio a garantir o cumprimento de sua obrigação contratual, mormente quando se tem notícia, pelo próprio Município de Recife, que o serviço a ser contratado está atrelado a outro contrato de mais de 25 milhões de reais.
Analisando os documentos apresentados pela Empresa ECOLEDS (fls. 805/809), vencedora do certame, observo que ali se encontra o termo de abertura do livro Diário (fls. 805), obrigatório, consoante o § 2º do art. 1.184, do Código Civil. Todo negócio realizado pela empresa gera muitos lançamentos que devem ser feitos no livro Diário, de modo que esse livro deve possuir muitas páginas, pelo menos em tese. Causou-me espanto perceber que o livro Diário da mencionada empresa vencedora da licitação tem apenas 10 páginas para registrar todas as operações contábeis de todo o ano de 2012. Parece-me que essa empresa não efetuou muitos negócios nesse ano, o que depõe contra a sua idoneidade econômico-financeira. Observem-se os termos de abertura dos Livros Diários das outras empresas concorrentes (fls. 501 e 600) e verificaremos que ambos os livros são compostos de centenas de páginas, o que denota que elas realizaram muitos negócios e têm patrimônio compatível com o objeto da licitação, diferentemente da ECOLEDS4.
Ademais disso, ainda com relação à escrituração contábil da ECOLEDS, vislumbro uma singeleza muito grande no balanço apresentado e, para constatar isso não precisa ser Contador, basta ver os balanços das outras empresas concorrentes (fls. 502/504 e 601/605), o que indica que ela, a ECOLEDS, não tem boa estrutura física e nem contábil. Ainda desses documentos anoto que dos balanços não consta o número de páginas. Ora, se o balanço deve constar dentro do Livro Diário que por sua vez é numerado eletronicamente da primeira, 0001, à última página, 0002, o balanço deve ter um número de página. Balanço sem número de página contraria o próprio Termo de Abertura e Encerramento do Livro Diário. Tudo isso faz com que me convença de que não está atestada a boa situação econômico-financeira da ECOLEDS que possa habilitá-la a uma licitação pública, pelo menos, por enquanto, posto que tal capacidade poderá ser aquilatada com a instrução do feito, inclusive, com produção de prova pericial se for o caso.
E não se venha alegar que a ECOLEDS cumpriu o edital com relação aos índices de liquidez geral; de solvência geral; liquidez corrente; e índice de endividamento, pois esse critério, por si só, não indica de forma alguma a boa situação econômico-fianceira de uma empresa. A título de exemplificação, em tese, na avaliação da liquidez corrente, uma empresa com R$ 1,50(um real e cinquenta centavos) no ativo circulante e R$ 1,00 (um real) no passivo circulante terá o mesmo índice de liquidez de outra empresa com R$ 1.500.000.000,00 (um bilhão e quinhentos mil reais) no ativo circulante e R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais) no passivo circulante, qual seja, liquidez corrente igual a 1,5. Observe-se que, embora tenham o mesmo índice, são empresas com capacidades econômico-financeiras totalmente distintas. Todavia, não fosse conhecido o ativo e o passivo circulante em termos de valor monetário, seriam elas, equivocadamente, consideradas como equivalentes do ponto de vista econômico-financeiro.
Outro ponto que impõe a cautela da suspensão da assinatura do contrato, é a grande diferença de preço existente entre a Empresa Vencer, primeira licitante desclassificada, que ofertou o serviço por R$ 1.728.005,40, e o valor da Empresa ECOLEDS, vencedora, que foi de R$ 2.190.000,00. Ora, é substancial a distância das propostas (R$ 461.994,60), e levando-se em conta que o menor preço deve sempre pesar nas licitações públicas e que o motivo da desclassificação dessa empresa Vencer Ltda., ao meu sentir, não está perfeitamente convincente na medida em que ela apresentou boas referências da CELPE sobre a prestação de serviço semelhante ao que foi licitado, com certidões do CREA-PE no mesmo sentido (fls. 514/547), sendo desclassificada por apenas não possuir em seus quadros “engenheiro agrimensor ou cartógrafo”. Creio que merece melhor apreciação essas razões de não habilitação da empresa que oferece menor preço global, conforme dispõe o edital. Neste sentido decisão do TJPR:
MANDADO DE SEGURANÇA. LICITAÇÃO. PREGÃO PRESENCIAL. REGISTRO DE PREÇOS PARA EVENTUAL CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS CONTINUADOS.PREENCHIMENTO DE PLANILHA DEMONSTRATIVA DE FORMAÇÃO DE PREÇO. COTAÇÃO A MENOR DE VALOR CORRESPONDENTE AO VALE TRANSPORTE PARA SEIS POSTOS DE RECEPCIONISTAS. DESCLASSIFICAÇÃO.IMPACTO MÍNIMO SOBRE A TOTALIDADE DA PROPOSTA.INEXISTÊNCIA DE REFLEXOS SOBRE A EXEQUIBILIDADE DO PREÇO APRESENTADO. PREVALÊNCIA DOS PRINCÍPIOS DA VANTAJOSIDADE, ECONOMICIDADE E INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. CONTRATAÇÃO DA SEGUNDA COLOCADA QUE PODERIA ENSEJAR PREJUÍZOS PECUNIÁRIOS DE ELEVADA MONTA AOS COFRES PÚBLICOS. LIMINAR CONFIRMADA. SEGURANÇA CONCEDIDA.
(TJPR – 5ª C.Cível em Composição Integral – MS – 925261-7 – Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Rel.: Rogério Ribas – Unânime – - J. 16.04.2013)
Todos estes fatos narrados acima recomendam a cautela necessária para preservar o interesse e patrimônio público que, ao meu sentir, pelos menos nessa análise superficial das provas, corre risco.
De outra banda, analisando outro argumento da autora, observo que no julgamento das propostas de habilitação consagrado na Ata da Sessão Pública do Processo Licitatório, está dito pelo pregoeiro (fls. 107) que a Empresa Vencer Engenharia e Serviços Ltda, a que ofereceu menor preço, foi inabilitada por não possuir em seus quadros alguém habilitado no curso PLANGEs, item 20.1, número XV, do Edital, além de outras deficiências. Mais adiante, também desabilita a outra licitante Real Energy Ltda pelo mesmo motivo de não cumprimento do item 20.1, XV. Mas, ao depois, ainda na mesma ata, reconhece que este item não pode ser causa de inabilitação, porque se refere à fase de contratação. Desse modo, fica cristalino que estas empresas não foram consideradas inabilitadas pelo motivo de não possuírem em seus quadros pessoa habilitada no referido curso.
Ainda se não fosse assim, considero que essa regra não se caracteriza como instrumento de conluio para fraudar a licitação, direcionando o certame e beneficiando a Empresa vencedora, como quer fazer crer a autora. Ao que vejo, tal exigência vem ao encontro do bom serviço a ser prestado, e não é de hoje que se exige especialização para esse tipo de fiscalização, haja vista que é objetivo da própria ANEEL a atribuir aos municípios a gerência dos ativos do sistema de iluminação pública, como se vê da Resolução n. 414, de 9 de setembro de 2010. Tal exigência, inclusive, é feita pela própria Chesf, para uma melhor gestão do consumo de energia elétrica pelos municípios, estando consagrada no programa governamental PROCEL GEM, que visa, desde 1991, um melhor aproveitamento de energia elétrica no Brasil (fls. 1084/1088). Tal exigência, inclusive, está prevista na Lei de Liciatções, art. 30.
Portanto, não é por este motivo, a cláusula 20.1, XV do Edital, que se deve ter a cautela de suspender a contratação à Empresa ECOLEDS, mas sim por sua flagrante incapacidade econômico-financeira, o que descumpre a regra dos arts. 27-III e 31, da Lei de Licitações.
Assim, resta demonstrado o fumus boni iures uma vez que, devidamente intimada, o requerido Município do Recife e a requerida Empresa vencedora, não trouxeram elementos necessários para se afirmar com certeza que esta tenha situação patrimonial bastante para garantir a execução do serviço, sendo importante dizer que a lei de regência é clara ao estabelecer a exigência de segurança de cumprimento da obrigação assumida no futuro contrato pela licitante vencedora.
De resto, salta aos olhos o periculum in mora, em desfavor do interesse público, uma vez que os lídimos direitos, se reconhecidos apenas ao final, poderão acarretar em prejuízos de difícil ou incerto ressarcimento. É curial que após a assinatura (que se mostra próxima ou iminente) do contrato, muito embora possa este ser desconstituído, a Empresa ECOLEDS poderá alegar algum direito adquirido dessa contratação, o que ensejará algum custo para o erário, nem que seja por dispêndio com a Justiça.
Desta feita, ao menos dentro de uma cognição sumária, merece provimento a concessão por este juízo de um provimento liminar, pelo que resolvo deferir o pedido da autora, no sentido de determinar a suspensão imediata do procedimento de contratação referente ao Processo Licitatório n. 002/2013-CEL/SISUR, Pregão Presencial, do qual saiu vencedora a Empresa ECOLEDS Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda., sob pena de no caso de descumprimento desta ordem, serem as requeridas penalizadas com a incidência de multa diária no valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais), devida solidariamente, que reverterá para alguma entidade idônea de assistência social a ser escolhida pelo Juízo.
Se acaso já tenha sido formalizada a contratação, determino que se estanque imediatamente a execução do contrato, sob pena de incorrer na mesma multa diária acima.
Expeça-se mandado de intimação para cumprimento deste decisum em caráter de urgência.
Citem-se os requeridos para, no prazo legal e comum de 20 (vinte) dias (art. 7º. da Lei n. 4717/65), responderem aos termos da presente, observando-se que não incide neste caso as normas dos arts. 188 e 191 do CPC. Expeça-se novo mandado citatório com o prazo agora estabelecido, pois o mandado já cumprido determina prazo muito largo e indevido.
Cumpra-se.
Recife, 16 de setembro de 2013.
MARCONE JOSÉ FRAGA DO NASCIMENTO
JUIZ DE DIREITO
1 COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 2003. p. 157.
2 Art. 299-Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
3 FILHO, Marçal Justen. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 10ª. Ed. Dialética; São Paulo, 2004. p. 344.
4 Observamos se um BP possui escrituração regular pelas Contas que aparecem nele. Toda empresa deve possuir valores a pagar (Obrigações no Passivo) a fornecedores, concessionárias públicos (água, luz etc), aluguel etc. ou a receber (Direitos no Ativo) de vendas à prazo etc.; instalações adequadas registradas no Ativo Permanente para viabilizar o negócio; além das obrigações fiscais principais. Tais contas devem aparecer no BP, pois elas normalmente vencem apenas no mês subseqüente e no dia 31 de dezembro, com quase absoluta certeza, ainda não foram pagas e devem aparecer no Passivo Circulante (PC) em Contas à Pagar. Observe que o PC faz parte dos cálculos dos índices.. Acesso em: 15.09.2013.
JUÍZO DE DIREITO DA 5ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA

RECIFE-PE