A princípio, os planos da administradora Júlia Cardoso eram de assistir a pelo menos duas das três partidas realizadas na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, durante a fase inicial da Copa das Confederações. Mas bastou a experiência de estar no estádio na primeira partida, entre Espanha e Uruguai, no último domingo (16/06), para a pernambucana desistir de também acompanhar Itália e Japão, nesta quarta-feira (19/06), às 19h.
As razões são as mais diversas. Assim como as quase 42 mil pessoas que compareceram ao primeiro grande teste da Arena Pernambuco, Júlia enfrentou problemas que expuseram as dificuldades do Recife para sediar um grande evento do futebol internacional.
“Não há estrutura, não há organização. Os problemas começaram já na chegada, com a má sinalização das entradas e portões. Lá dentro, comidas e bebidas caríssimas e sem qualidade. Um amigo, que teve a grande sorte de ser atendido, comprou um cachorro-quente cuja salsicha estava congelada. Um absurdo. Eu tentei comprar bebida no intervalo e voltei para o segundo tempo sem conseguir”, contou.
Mas foi na volta da partida entre a Fúria e a Celeste que o desespero tomou conta. “Havia um mar de gente. Eu olhava para os lados e via idosos e crianças sendo empurrados pelos que tentavam pegar os ônibus que levavam à estação Cosme e Damião. O Grupo de Operações Especiais (Goe) só interferiu quando o tumulto já tinha tomado conta. Cheguei em casa após às 0h30”, relatou.
Depois de enfrentar transtornos similares com os serviços oferecidos no interior da Arena e no retorno do jogo, o advogado Rafael Cavalcanti também decidiu passar o ingresso para a partida entre Itália e Japão adiante. “Já fui a eventos esportivos nas mais diversas partes do mundo e nunca vi nada tão desorganizado. O lixo se empilhava nos banheiros. Não havia lixeira em parte alguma. Os refrigerantes acabaram 20 minutos após a abertura dos portões. Sinto-me profundamente envergonhado como pernambucano”, lamentou.
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