Conselheiro Edmilson de Souza ressalta que denúncias aumentaram
O ano ainda está em seu quinto mês, mas os números da violência sexual contra crianças e adolescentes são preocupantes em Alagoas. O dado ainda mais assustador é que na grande maioria dos casos o autor do abuso está dentro de casa. Dados do Fórum Estadual de Conselhos Tutelares mostram que no primeiro trimestre deste ano foram 125 casos; ano passado foram 392.
"Houve um aumento siginificativo nestes primeiros meses e a projeção para 2013 está em aproximadamente 500 casos, ou seja, bem mais que o ano passado", revelou José Edmilson de Souza, presidente do fórum.
No bairro do Tabuleiro do Martins, um dos mais populosos da capital alagoana, 28 casos já foram registrados em 2013 pelo Conselho Tutelar da 7ª Região. Em 2012, esse número chegou a 72.
A reportagem da TV Pajuçara mostrou o caso de uma menina de sete anos que foi violentada pelo pai. O caso recente será levado à Justiça nos próximos dias, reforçando as estatísticas deste crime hediondo. "Estamos concluindo o levantamento nos próximos dias, mas já podemos constatar que quase sempre os autores dos crimes são pais, padrastos ou tios das crianças ", ressaltou o conselheiro Arildo Alves.
A intenção do Conselho Tutelar é levar o tema para ser discutido em uma audiência pública na Câmara de Vereadores, mas eles também destacam que as estatísticas devem servir de alerta para os órgãos de controle, em especial o Poder Judiciário e o Ministério Público. "Foi criada uma vara especializada, a 14ª Vara Criminal, mas a maioria dos autores destes crimes ainda permanece solto. É preciso que sejam presos e respondam por delitos hediondos atrás das grades", defendeu Arildo Alves.
Segundo ele, é justamente a sensação de punição que leva a maioria das crianças e dos adolescentes a denunciar os abusos sexuais. A menina de sete anos ouvida na reportagem da TV Pajuçara admitiu que só não denunciou o caso antes porque era ameaçada pelo pai que continuava dentro de casa.
A 14ª Vara citada pelo conselheiro tutelar é específica para os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Segundo dados do cartório, 160 processos estão em tramitação, desde a implantação da vara há pouco mais de um ano, destes 10% resultaram em prisões temporárias e de 20 a 30% das ações acabaram em condenações.
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